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Investimento ESG: Gerando Retorno e Impacto Positivo

Investimento ESG: Gerando Retorno e Impacto Positivo

13/10/2025 - 13:43
Bruno Anderson
Investimento ESG: Gerando Retorno e Impacto Positivo

Em um mundo cada vez mais consciente sobre sustentabilidade e responsabilidade social, os investimentos classificados como ESG ganharam destaque inédito. Eles não apenas buscam retorno financeiro, mas também promovem mudanças significativas em práticas corporativas e ambientais. A combinação de mais de um terço do total de ativos sob gestão global, hoje direcionados a estratégias que ponderam fatores ambientais, sociais e de governança, evidencia uma transformação profunda no mercado financeiro. Com uma narrativa que une propósito e lucro, entender esse universo torna-se essencial para quem deseja investir de forma estratégica e alinhada a valores.

Crescimento e Impacto Global

O mercado global de investimentos ESG tem apresentado crescimento acelerado. De acordo com estimativas recentes, esses investimentos podem atingir 50 trilhões de dólares nos próximos anos, comparado a 35 trilhões em 2020. Esse cenário é reforçado por projeções da Bloomberg Intelligence, que apontam para US$ 53 trilhões até 2025. Tal expansão decorre de uma demanda crescente de investidores institucionais e individuais, que procuram aplicações capazes de gerar impacto positivo sem comprometer o retorno financeiro.

Em nível internacional, países europeus e Estados Unidos lideram a adoção de critérios ESG, implementando regulamentações que fortalecem a transparência e a divulgação de dados não financeiros. Além disso, corporações globais têm ampliado a emissão de títulos verdes e sociais, fomentando novas possibilidades de investimento.

Expansão no Brasil e Composição do Setor

No Brasil, o segmento ESG também segue trajetória de crescimento impressionante. Em maio de 2025, o patrimônio sob gestão dos fundos ESG alcançou R$ 34 bilhões, refletindo um aumento de 28% no acumulado do ano. Já em julho, os fundos de investimento sustentável somaram R$ 36,8 bilhões, alta de 48,4% em comparação a dezembro de 2024. A captação líquida de quase R$ 8 bilhões em 2025 superou o total de R$ 9,4 bilhões de todo o ano anterior.

A composição do setor brasileiro revela um universo diversificado de fundos:

  • 127 fundos IS com compromisso formal de objetivos sustentáveis;
  • 66 fundos ESG-related que consideram critérios ESG sem compromisso formal;
  • 101 fundos de ações ESG, representando 52% do total de ofertas ESG.

A distribuição de patrimônio por classe indica predominância de renda fixa, com 78%, seguida por fundos de ações (17%) e demais classes (5%). Essa assimetria destaca o apetite do mercado por títulos verdes, debêntures e CRIs/CRAs ambientais e sociais.

Desempenho de Longo Prazo e Retração de Curto Prazo

Apesar de desafios pontuais em 2025, o histórico de performance dos fundos ESG consolida-se como diferencial de valorização. Em julho de 2025, o segmento de renda fixa foi destaque, com salto de 170,7% em julho de 2025, impulsionado por emissões robustas de títulos verdes e incentivos tributários. Por outro lado, os fundos de ações registraram saídas líquidas de R$ 1 bilhão, reflexo de ajustes de portfólio e resgates ocasionais.

Os números históricos evidenciam que, mesmo frente à volatilidade de curto prazo, resgates líquidos de R$ 1 bilhão não obscurecem a tendência de superação dos índices tradicionais. Exemplos de índices ESG específicos, como ECOO11 e ISUS11, apresentaram rendimentos superiores a 34% até novembro de 2025.

Estratégias de Integração e Perspectivas Futuras

Para garantir a aderência a critérios ESG, os gestores adotam diversas metodologias de integração. O negative screening em 94% dos ativos permanece a estratégia mais comum, excluindo setores e empresas que não atendem a parâmetros de responsabilidade socioambiental. Além disso, práticas de engagement, integração de métricas de diversidades e análise de riscos climáticos vêm ganhando espaço.

Caso o investidor queira adotar uma abordagem ESG sólida, é importante considerar:

  • Verificação do compromisso formal do fundo com critérios sustentáveis;
  • Avaliação de políticas de governança corporativa e transparência;
  • Análise de relatórios de impacto e métricas de performance social e ambiental;
  • Equilíbrio entre classes de ativos para diversificar riscos.

O avanço das intenções de investimento em empresas de médio porte, com alta de 80% na busca por práticas ESG, revela que organizações estão mais conscientes sobre sua responsabilidade social. Esse movimento tende a fortalecer a oferta de títulos ESG e a diversificação de oportunidades.

Para o futuro, é esperado que novas regulamentações nacionais e internacionais elevem o nível de exigência em divulgação de dados não financeiros, enquanto emergem produtos financeiros inovadores, como fundos temáticos de transição energética e certificações de impacto. Nesse contexto, a atuação do investidor deve basear-se em pesquisa aprofundada, acompanhamento constante de indicadores e alinhamento com valores pessoais e institucionais.

Ao optar por fundos ESG, é essencial manter disciplina e visão de longo prazo. Não se deixe levar por flutuações momentâneas: concentre-se nos resultados ao longo de anos, avalie relatórios semestrais e acompanhe tendências setoriais. convergindo lucro e propósito em uma única estratégia, o investidor é capaz de alinhar portfólios a objetivos maiores, contribuindo para a redução de emissões, promoção de equidade social e fortalecimento da governança corporativa. Dessa forma, o mercado financeiro torna-se um agente de mudança, reforçando o impacto positivo de cada decisão.

Bruno Anderson

Sobre o Autor: Bruno Anderson

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