Home
>
Tendências de Mercado
>
Mercado de Fusões e Aquisições: O Que Impulsiona a Consolidação

Mercado de Fusões e Aquisições: O Que Impulsiona a Consolidação

06/11/2025 - 05:32
Bruno Anderson
Mercado de Fusões e Aquisições: O Que Impulsiona a Consolidação

O mercado de fusões e aquisições (M&A) no Brasil atravessa um momento de transformação profunda em 2025, marcado por desafios macroeconômicos e oportunidades estratégicas. Neste cenário, entender as forças que impulsionam essa consolidação torna-se essencial para empresários, investidores e gestores que buscam alavancar crescimento e resiliência.

Ao longo deste artigo, exploraremos dados de volume e valor, o contexto de juros, os perfis dos compradores e os setores mais dinâmicos, sempre com o olhar voltado para as tendências futuras que moldarão as operações de M&A.

Desempenho e Tendências Recentes

Até setembro de 2025, foram registradas 1.087 transações registradas até setembro, refletindo uma queda de 19% em relação a 2024. Ainda assim, o primeiro semestre trouxe força inédita, com 827 operações que movimentaram quase R$ 146 bilhões, um crescimento de 43,9% em valor comparado a 2024.

O terceiro trimestre registrou o pico anual, com 425 operações, sinalizando uma tendência de estabilidade na consolidação empresarial mesmo diante de cenários adversos.

Historicamente, o volume de M&A ainda permanece 34,5% abaixo do recorde de 1.659 transações alcançado em 2021, um lembrete de que o mercado brasileira continua buscando seu ponto de equilíbrio em um ambiente global competitivo.

Contexto Macroeconômico e Impactos

Um dos principais vetores de decisão em M&A é a política de juros no Brasil. Em 2025, a taxa Selic elevada durante 2025 se manteve em 15% ao ano, influenciando o custo de capital e as estratégias de financiamento das empresas.

Apesar das barreiras impostas por juros altos e instabilidade geopolítica, observa-se resiliência do mercado brasileiro diante de desafios externos e uma busca constante por alternativas ao mercado de capitais, ainda fechado para IPOs.

Perfis dos Compradores

O protagonismo permanece com os investidores nacionais: empresas brasileiras participaram de 884 transações até setembro, em contraste com 203 operações conduzidas por grupos internacionais. No primeiro semestre, a participação dos nacionais atingiu 81% do total.

Entre investidores estrangeiros, os Estados Unidos lideraram com 70 operações, seguidos pela França (14) e Reino Unido (10). Enquanto isso, a China protagonizou apenas cinco negócios em 2025, invertendo a tendência de anos anteriores.

Cresce também o interesse de fundos de private equity: foram 210 transações impulsionadas por esses fundos, com aumento de 57% no capital investido no primeiro semestre, demonstrando a busca por ativos com alto potencial de retorno.

Setores Mais Dinâmicos

No ranking de setores que mais movimentaram fusões e aquisições até setembro, destaca-se a liderança de Telecomunicações, mídia e tecnologia, com 453 operações. Em seguida, aparecem outros segmentos estratégicos:

  • Tecnologia: 33% das transações
  • Consumo e varejo: 15%
  • Automotivo: 9%
  • Energia e serviços públicos: 7,5%
  • Internet, Software & IT Services: 160 operações

O setor de consumo registrou retração de 10%, mas mantém foco em nichos resilientes, especialmente no varejo e na indústria alimentícia, enquanto Logística e transportes se consolidam como pilares da cadeia de suprimentos.

Distribuição Geográfica

A concentração das atividades de M&A no Brasil revela um forte viés regional. São Paulo lidera com 52% das operações, seguido por Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O Sudeste e o Sul se mantêm como epicentros da consolidação empresarial.

  • São Paulo: 52%
  • Minas Gerais: 8,7%
  • Rio Grande do Sul: 5,8%
  • Santa Catarina: 5,3%
  • Paraná: 5%
  • Rio de Janeiro: 4,7%

Perspectivas e Tendências Futuras

Segundo a KPMG, espera-se um ritmo moderado até o final de 2025, com empresas em busca de consolidação em cadeia de suprimentos e redução de custos. Os principais motores do próximo ciclo incluem:

  • Demanda por eficiência operacional
  • Consolidação em cadeias de suprimentos
  • Estratégias de Flight to Quality
  • Expansão de investimentos em private equity

Em um mercado em constante transformação, a capacidade de adaptação e a visão estratégica definem o sucesso nas fusões e aquisições. Ao compreender as forças que movem este setor, líderes empresariais podem desenhar caminhos de crescimento sustentável, fortalecendo a competitividade e estimulando a inovação no Brasil e além de suas fronteiras.

Bruno Anderson

Sobre o Autor: Bruno Anderson

Bruno Anderson